segunda-feira, 15 de abril de 2013

Trilha Vale da Utopia



Existe uma lenda que ajuda a explicar o nome do lugar. Quem por ali passa, acaba ouvindo e aceitando, pois a história tem a sua graça. Recheada de cenários escandalosamente lindos, a Guarda do Embaú é um dos pontinhos no mapa que qualquer pessoa precisa conhecer algum dia. Paraíso para surfistas, hippies, naturebas e todo o tipo de gente boa, a Guarda atrai quem ama a natureza, quem gosta de boa gastronomia e quem se deleita com mar e sol. Mas e a lenda?, conta aí! Ah, é...

Dizem que há muito tempo atrás, fugindo dos seus perseguidores uns aventureiros esconderam naquela região um tesouro. Mas toda aquela riqueza precisava ser enterrada, e por isso guardaram-na numa grande arca. Incógnito e nunca encontrado, o tal tesouro ficara guardado em baú. De boca em boca, a expressão foi desprendendo as sílabas até formar uma nova expressão, batizando a charmosa praia que pertence ao município de Palhoça, na Grande Florianópolis.

Feita de areia, mas também de lendas, a Guarda do Embaú é boa para quem se atreve nas ondas, mas ótima também para quem se embrenha em trilhas. Foi justamente isso que conferimos no último domingo, junto a um grupo de trinta aventureiros do legendário Fazendo Trilhas. O céu escancarado de nuvens, o sol intenso e um arzinho gelado de manhã de outono não deu trégua nem mesmo para os preguiçosos. Deixar de seguir aquele caminho era impensável...

O destino foi a Praia da Pinheira, atravessando o Vale da Utopia, cruzando pastos caprichosamente aparados por hordas de bovinos. Mas havia ainda os costões, a pedra que permitia ver muito mais além, e a esplanada que nos deixava acenar para quem estava no extremo sul da Ilha de Santa Catarina. Olha lá a Ponta do Papagaio, a Pedra do Frade, o Farol de Naufragados!!!

Na areia branquinha, o siri amarelo corria de lado, olhando desconfiado para cima: gavião faminto planava lambendo os beiços. Nos trechos cobertos de mata, quem se fartava eram os mosquitos que chegavam a picar por cima da roupa, usando brocas de grosso calibre. Desinteressados, os nativos selvagens davam de ombros, e nós fomos adiante. Afinal, como diz a lenda, quem faz o caminho é o caminhante. Nosso percurso foi feito à base de sorriso e suor, pegadas, piadas e risadas.

Horas depois, por volta das quatro da tarde, chegamos famintos e vitoriosos ao nosso destino: a Pinheira. Mais especificamente, o restaurante da praia que nos aguardava com um banquete de comida tipicamente caseira. Parecíamos uma lendária nuvem de gafanhotos atacando arroz, feijão, saladas, pirão, carnes, batatas, peixes... Que nada! Estávamos só desfrutando o dia, o sol, a vida. Apesar de termos buscado em cada centímetro quadrado da Guarda, não encontramos nenhum tesouro em nossa caminhada. Também pudera! A riqueza estava em volta daquela mesa do restaurante, fazendo algazarra, gargalhando e esperando por mais um final de semana. Tesouro mesmo é a amizade...

3 comentários:

  1. Sorri. "Tesouro mesmo é a amizade."
    :)

    ResponderExcluir
  2. que beleza, parabéns! com certeza nosso tesouro é a amizade e também saber aproveitar a vida dessa forma tão especial, compartilhando! ;)

    ResponderExcluir