terça-feira, 8 de março de 2011

Na trilha de Naufragados

Ora, ora... finalmente, este blog voltou a honrar seu nome. Por isso, mesmo com o reinado de Momo, nos precipitamos a fazer uma aventura que desconhecíamos, apenas nós dois. A despeito do que já disseram nossos críticos, não ignoramos as normas de segurança nem tampouco arriscamos nossas preciosas vidas. Apenas colocamos uma dose extra de coragem na mochila e lá fomos nós...

 INÍCIO DA TRILHA - 13:29h

Nosso destino na segunda-feira de Carnaval foi a já mítica Praia dos Naufragados, no extremo sul da Ilha de Santa Catarina. Para isso, rumamos de carro até a Caieira da Barra do Sul, que fica bem depois do bucólico Ribeirão da Ilha. Isso significa que para chegar ao começo da trilha, os aventureiros devem rodar cerca de 40 quilômetros do centro!

Se você for de carro até a Caieira, deixe seu automóvel num dos estacionamentos que cercam o ponto final do ônibus. Há uma infraestrutura bem básica no local. Se for de ônibus, basta pegar o que leva até a Caieira e descer no ponto final. A partir daí é contigo. Respira e vai, meu filho!

O início do caminho lembra menos uma trilha e mais um passeio rural. A vegetação é quase urbana, existem grandes trechos de pastagem e não é difícil encontrar gado fazendo o seu trabalho - engordar!

Anote uma dica do Rogério para esta trilha: se você tem espaço na mochila, traga um pulmão a mais. Você irá precisar, logo após sobreviver a alguns trechos de subida bem íngreme...

 
Ana dá outra dica, igualmente importante: quinze minutos depois do início da trilha, há uma bifurcação. Se você não quer se cansar tanto, pegue o caminho à esquerda: a trilha é bem aberta, sem grandes solavancos e mais curta. Agora, se você gosta de aventura e de grande impacto, pegue o caminho à direita e, mais pra frente, opte pela direita novamente.

Ao escolher o percurso hard, você não chega impunemente à praia, mas encontra o Farol de Naufragados, uma construção do século XIX, reformada, e que permite ter visuais que compensam...

Na entrada do Farol, uma placa oferece explicações técnicas sobre a construção. Mas poderia haver informações mais históricas, né? Do tipo, o Farol foi construído na ponta da Ilha para evitar invasões espanholas. Por isso, fizeram um forte numa das ilhas próximas, para ter um corredor polonês...

Os aventureiros vão se esgueirando pela mata e só percebem que estão próximos do Farol quando estão diante dele. É surpreendente! Não se trata de uma ruína, mas poderia haver maior conservação por parte dos responsáveis.


Dentro do sítio do Farol, os visitantes têm acesso a uma plataforma elevada de madeira. Ao subir as escadas, a vista que se tem à esquerda é esta: a Praia de Naufragados já pode ser avistada.

Tem gente que vai por terra e tem os que vão pelo mar. No mirante privilegiado, observa-se um vai-e-vem de lanchas e pequenas embarcações. Ignore os personagens da foto acima e veja entre eles um botezinho motorizado. Pois é, havia dois mergulhadores explorando o costão naquela tarde. Ê vidinha mais ou menos...

Ana não consegue disfarçar seu sentimento de vitória: "Consegui finalmente arrancar esse homem de casa. E viemos parar justamente aqui!"

Embevecidos pelo visual, pegamos o caminho que nos levaria à Praia dos Naufragados. No caminho, um flagrante: uma aranha devora sua presa. Foi aí que nos demos conta: já havia passado do almoço e estávamos com o pé na estrada ainda...

Pegamos um caminho bem tortuoso, pedregoso e levemente escorregadio. Foi a pior forma de chegar à praia. Bem, chegar não foi o problema. Voltar é que foi. Afff....

Ana celebra a chegada à praia. Sua alegria é contagiante. Há duzentos anos, os sobreviventes de um trágico naufrágio chegaram àquela faixa de areia pelo mar. Esbaforidos, exaustos, feridos, mas exultantes por terem sobrevivido. (No final da trilha, Rogério repetiria esse comportamento)


Mesmo isolada, a Praia dos Naufragados recebia muitos turistas e visitantes naquela tarde de segunda.

Se a gente tivesse combinado, não teria dado certo! Nas areias de Naufragados, encontramos os trilheiros Cris e Marcio, companheiros de aventuras pelo Fazendo Trilhas. Puro acaso!

Na faixa de areia, nos deparamos com o que sobrou de uma colônia de águas-vivas: gelatinas derretendo ao sol...

Suba o cursor e vá até a nona foto neste post. Lembra daquela em que víamos do Farol a Praia de Naufragados? Pois é, o registro acima é o contraponto àquela foto. Olha o Farol ali!

Sorridentes, vitoriosos e triunfantes, posamos para o registro final. Claro que era apenas a metade do caminho e não vamos mostrar o que veio na sequência: Ana levando um tombinho, Rogério quase desmaiando sem fôlego, Ana puxando Rogério pelos cabelos pela trilha...

FINAL DA TRILHA - 16:15h

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