domingo, 13 de fevereiro de 2011

Na trilha do Canto dos Araçás - Costa da Lagoa

Se você está apenas começando nas trilhas em Florianópolis, podemos dizer que esta que leva do Canto dos Araçás à Costa da Lagoa é uma segunda boa pedida. Vamos explicar. 

Se você é mesmo um iniciante, um sedentário contumaz, vadio convicto e não faz nada de atividade física - exceto levantamento de copos e arremesso de salgadinhos à boca -, o melhor é começar devagar. Então, primeiro faça a trilha da Cachoeira da Costa da Lagoa. Se já fez essa ou é alguém que costuma ignorar posts como este, faça a trilha do Canto. Há razões de sobra para isso...


- INÍCIO DA TRILHA - 9:45h -
                       (foto: Luiz Peixoto) 
O primeiro motivo para trilhar esse caminho é a sua facilidade. É uma trilha aberta, bem ampla, fartamente sinalizada. A trilha é muito acessível, e em muitos trechos delas, é possível arriscar que até cadeirantes mais aventureiros e radicais possam aproveitar o passeio. E isso não é exagero!

A trilha tem cerca de 7 km, algumas subidas e ladeiras, pedra, barro, sempre ladeando o morro: a majestosa Lagoa da Conceição sempre à direita. No sábado que fizemos - 12 de fevereiro -, fazia um calor de 29 graus, com céu parcialmente encoberto e sem vento. A Lagoa era um espelho d'água sereno e grandioso. Mesmo assim, houve quem protestasse diante da distância a ser percorrida...

Apesar de alguns muxoxos, a boa trilha é aquela em que se tem disposta a fazê-la. Mesmo que seja necessário enfrentar alguns obstáculos. 

Uma segunda razão para se fazer a trilha é a intensa biodiversidade local. O caminhante se depara com muitas espécies de planta. São árvores altíssimas, arbustos frondosos, vegetação rasteira, coqueiros e palmeiras, garapuvus, pés de frutas e uma palheta de cores verdes vastíssima.

Há flores também pelo caminho. Róseas, azuis, amarelas...

E existem pontos de descanso. Neste mirante, por exemplo, fomos visitados por um pequeno bando de macaquinhos, que pulavam automaticamente de um galho a outro. Ana e Peixoto tentaram flagrá-los com suas lentes, mas os símios foram mais espertos.

Cactos não são um privilégio das regiões desérticas...

E a trilha mostra até espécies de bromélias que sobem árvores! Tá vendo o garapuvu aí? Bem lá em cima, tinha duas bromélias alpinistas...

Na Costa da Lagoa, os relógios andam pra trás. Tá com pressa? Nem vem que não adianta, pois o tempo passa devagar mesmo. Também! Os ponteiros não precisam andar rápido com esse cenário...

No meio da trilha, um momento tenso: Peixoto - com a câmera no pescoço - decide com os demais participantes - o carioca Paulo e a gaúcha Lisete - se vão deixar o Rogério pelo caminho ou se vão afogá-lo na Lagoa mesmo...

Ana se refresca num dos recantos mais privilegiados da trilha. Note que esse é um sorriso espontâneo mesmo. Não usamos fotoxopi nem pedimos que ela dissesse "giz". 

Contato intenso e sem intermediários com a natureza. Brisa, umidade, calor. Folhas no chão, relva, o sol começa a sair. Os borrachudos é que não saem do nosso pé...

Próximo do final da trilha, Rogério posa para fotos como quem se queixa dos retardatários no trekking. Notem que ele é quem está no final da fila. Tudo é uma questão de perspectiva mesmo...

Esta trilha tem uma atração à parte: o sobradão da dona Loquinha, construção colonial com mais de 230 anos, tombada, mas também não preservada. Não visitamos o prédio, estava fechado. Mas um passeio como este seria perfeito com isso. Quem sabe algum dia alguém lá da Secretaria de Turismo tenha alguma ideia sobre isso... talvez demore mais 230 anos...

Chegando à comunidade da Costa da Lagoa, casinhas de moradores e mansões de magnatas começam a ladear a trilha. Parece que estamos caminhando em vielas centenárias, em corredores dos quintais de vizinhos. É possível ouvir o rádio da moradora que lava roupas no tanque. A gente vê as crianças brincando nas cercas. O pescador costura a rede sentado no banquinho. O botequinho aberto reúne meia dúzia de frequeses que já nasceram com um baralho nas mãos. Ana sorri com o fim da trilha, feliz com a natureza. Rogério se refestela: vamos esperar o barco para retornar num barzinho muito simpático, cercado por novos amigos, lulas, camarões e cervejas geladas. "Dessa trilha, eu gostei", ele deixa escapar.

- FINAL DA TRILHA - 11:45h -

Um comentário:

  1. Muito legal o blog de vcs.
    Espero que em breve façamos outras muitas trilhas... desde que role umas geladas depois.
    Meu e-mail é floripa@biocao.com.br
    Me ponham sempre na fita. Tô dentro.
    Boa semana.
    Um abração,
    Paulo.

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